IrrrrraaaaaSSssshhhhhaaaaaiii Masssseeee!!!

quinta-feira, março 23, 2006

Osaka: The end

Ae galera, o ano em Osaka chegou ao seu fim. Hoje (dia 24/03) estamos partindo para Tokyo , às 22h10. A mudança está sendo difícil, mas parece que vamos conseguir. Ontem fiquei até 6 e meia da manhã terminando de fechar as caixas, acordei 8 e meia (sim, 2 horas depois) para verificar a quantidade de caixas e o espaço que elas ocupariam (tudo tinha que caber dentro de um container lá), e depois fui no banco depositar o dinheiro do apartamento de Tokyo. Tivemos um almoço de despedida com uns amigos lá no restaurante brasileiro (churrascaria), voltamos às 5 para dar as caixas para o pessoal da empresa de mudança e depois fomos resolver mais umas coisas. Comprei um saco de dormir para usar lá em Tokyo enquanto não tenho uma cama (ou um futon - colchão), porque no início não vai ter PN lá, o que vai ser até interessante... Às 21h encontramos um amigo japa que fala italiano e fomos jantar com ele. Ficamos até 1 e pouco da manhã lá no restaurante e voltamos há pouco tempo atrás para o dormitório. Agora estou aqui postando isso. Depois que eu dormir tenho que limpar o apartamento, então não terei mais tempo de mexer no computador, e lá em Tokyo ficaremos um tempo sem internet.... Ou seja, não sei quando ficarei online novamente. Talvez entre em um internet café.

Imagino que só minha mãe vá usar isso, mas aqui está meu novo endereço:

Japan - Tokyo
Higashimurayama-shi Kumegawa-cho 4-47-1
Soleado Kumegawa - 505
Postal code: 189-0003

Como última historinha de Osaka, vou falar um pouco sobre o primeiro "trabalho" da minha vida.

Devido às caras despesas de mudança eu já estava faz uns 3 ou 4 meses procurando um trabalho (partime job) para faturar uma graninha extra. Na maioria dos telefonemas fui negado; alguns falavam que era só para japonês, outros falavam que já não tinha mais vaga (e na outra semana ainda estava o anúncio na revista), outros eu não entendia o que a pessoa falava no telefone e por isso não dava (o cara também não facilita... parece até que usa palavras difíceis de propósito). Duas vezes fui chamado para entrevista, mas quando falava que só tinha mais 3 meses vinha o "é pouco tempo demais....".
Há 1 mes e meio atrás encontrei uma empresa que apresenta empregos, então me cadastrei lá. Passou esse tempo todo, então eu já tinha até esquecido, achei que já tinham queimado meu cadastro. Até que 1 semana atrás me ligam e falam que tinha um trabalho de um dia na segunda-feira... Já era meio inútil trabalhar agora, principalmente porque só iria trabalhar um dia mesmo, mas acabei aceitando. Fui tantas vezes negado que não dava para negar. Se é orgulho ou só curiosidade mesmo eu não sei, mas aceitei. E sem ao menos perguntar que tipo de trabalho era.
"Esteja 8 e 15 da manhã em tal estação e ligue para o Ota-kun, numero tal" era tudo o que eu sabia. Os meus amiguinhos ficaram falando para eu tomar cuidado com o japa negão (algo como, "aee, muleque, tu vai participar de um filme! "Ota-kun 30cm, o japa negão, em.... Peguem o Gaijin!" - gaijin=estrangeiro)...
Enfim, na segunda-feira acordei 6 e meia, me arrumei, peguei o trem às 7 e cheguei lá 8 e pouquinho. Liguei para o tal Ota-kun e fiquei esperando meio escondido, com medo de realmente chegar um japa negão... Mas, graças a Virgem Maria, o Ota-kun era apenas um brother de 20 e poucos anos, japa normal com aparentemente medidas normais. Pegamos um ônibus e 20 minutos depois descemos em um lugar que só tinha depósitos e fábricas... Tudo muito grande e espaçoso, cena rara no Japão. Caminhamos para um desses depósitos gigantes e entramos (eu só seguindo...). Lá dentro tinham milhares de caixas e quase ninguém. Quando deu exatas 9 horas o Ota-kun diz "Ok, vamos começar o trabalho!". Pela primeira vez, sem muita escolha, eu pergunto "E ae cara, o que eu vou fazer aqui?". "Tu vai montar cadeiras". "Hein?" (montar cadeiras era a última coisa que eu esperava como resposta). "Eh... Tu procura as caixas que têm escrito 'cadeira', abre, tira as peças e monta. Aqui estão suas ferramentas (um estilete e uma chave de fenda)".
Soh... sapinhou ne.... Beleza então.
E foi exatamente isso que eu fiz durante 9 horas... Procurava as 'caixas-surpresa' (porque nunca se sabe que tipo de cadeira vai sair de dentro), tirava as peças, pensava como eu faria para montar, e montava (a maioria eram aquelas cadeiras giratórias). Foi divertido, parecia LEGO, o tempo passou rapidinho.... até as últimas 2 horas. No final eu já estava todo doído e de saco cheio, e essas 2 horas pareceram durar o dobro das 7 que eu já tinha trabalhado. Nunca fiquei tão feliz em ver 18h no relógio... Finalmente havia entendido a sensação de um final de expediente. E para me deixar mais feliz ainda veio o 'japa negão' e me deu meu salário: algo como 70 dólares.
Além de ter sido uma ótima experiência, recebi dinheiro. E claro, sei tudo sobre cadeiras agora!
Assim que der quero trabalhar lá em Tokyo também!

É isso aí galera, essa foi a historinha final de Osaka! Já são quase 4 da manhã, estou acordado há aproximadamente 40 horas com apenas 2 de sono. Não posso dormir muito hoje e à noite estarei em um ônibus desconfortável... Deixa eu dormir!

Fiquem entrando aqui, assim que der estarei contando sobre as fitas de alta periculosidade lá de Tokyla!